sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Bomba relógio

Esse é o primeiro post do Palavras Malditas. Decidi criar um espaço para "soltar o verbo", escrever sobre as coisas que se fala em mesa de bar, reflexões profundas ou superficiais sobre assuntos que me tocam. Um espaço para diálogo sobre esses assuntos. Convido-o a participar.

Bem em frente à minha casa há um posto de gasolina, com uma lojinha, mesinhas e tal. É comum passar por ali e ver alguém fumando. Na verdade, toda vez que passo por ali tem alguém fumando, quando não é em frente à lojinha, ao consumir alguma bebida alcoólica (!!), é um dos frentistas, sentado um pouco afastado das bombas de gasolina.
Justificar
Nome bem sugestivo esse dos aparelhos que abastecem os tanques dos carros: bombas de gasolina. Pois são bombas mesmo, bombas relógio, esperando um idiota chegar um pouquinho mais perto com um cigarro aceso para dar início a mais uma catástrofe urbana. Como se não bastassem os riscos a que somos expostos diariamente e sobre os quais não temos controle ou poder para mudar ou nos protegermos, como tempestades, enchentes, furacões, terremotos, deslizamentos e as violências, só para citar alguns, ainda temos que aturar pessoas pondo em risco a própria vida e a dos demais.

Alguém poderia dizer que eu estou exagerando, que é tudo seguro por causa da tecnologia... Sim, tudo é muito controlado num posto, teoricamente a gasolina sairá direto da mangueira para o tanque, sem haver maiores riscos. Mas e se houver um acidente, algo inesperado, uma jorrada de combustível, um respingo? É sensato ter uma brasinha por por perto? O egoísmo, a vaidade e a ignorância, não peritem que os fumantes percebam a fragilidade da situação.

Já andei por alguns países da América Latina e Europa e jamais vi alguém fumando num posto de gasolina. Só aqui no Brasil, especificamente em Porto Alegre (com muita frequência) e no interior do estado do Rio Grande do Sul. Isso sem falar no consumo/venda de bebidas alcoólicas nas lojas dos postos, o que é um absurdo se pensarmos que a maioria das pessoas que passa por ali está dirigindo.

Mas no país da impunidade, os únicos punidos são os pais dos jovens que morrem em acidentes de carro, mas isso tudo é "café pequeno". Tenho vontade de dizer tudo o que penso sobre o (mau) hábito de fumar, porém isso demoraria um dia inteiro. Então criei uma série de desenhos sobre o assunto que em breve serão publicados aqui no Palavras Malditas.

Obrigado pela atenção.
Um abraço.