terça-feira, 5 de abril de 2011

Tempestade (5.4.11)

Nuvem preta, pesada
Precipita chuvarada

Céu escurece, desaba
Cinzenta enxurrada

Aguaceiro muda o cheiro
Se derrama inteiro

Pingos, roupa encharcada
Poça d’água gelada

Terra escorre, molhada
Brilho intenso, trovoada

Relativa humidade
Cem por cento fim da tarde

Guarda-chuva estragado
desmanchou o penteado

galocha, lama, lodo
no fim, passa o rodo

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Saudosos tempos: a turma do pedagógico da 5ª Bienal do Mercosul fazendo bagunça



Ficha técnica:
Letra - Rafael Mazzoca e Estêvão Haeser
Mixagem da música - André Lima
Edição do vídeo - André Lima
Vocais - Yvis Valim e Rafael Mazzoca
Direção de fotografia - Claudia Paim

domingo, 31 de outubro de 2010

Mi querida Bolívia!

Todo cambia todo el tiempo,
el tiempo cambia todo.

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Eu no deserto, o deserto em mim.

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Blanca es la nube
blanca es la arena del desierto
colorada es la laguna
colorado es mi sangre
rojo, amarillo y verde es el tono de mi voz

Sobre o deserto

O silêncio do deserto me deixou mudo
queria ouvir toda a ausência de som
o ar parado, o horizonte estático,
o céu pousado sobre o chão,
a nuvem rara.
Na terra seca só meus passos fazem barulho.


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O oceano se entrega e evapora
o sal teimoso fica e acumula
o céu azul repousa preguiçoso
a nuvem branca, tímida, desintegra
o ar e o sol ressecam tudo
e eu, pequeno, me expando.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Poemas Fugazes (2009)


É impossível ser feliz sozinho?
É impossível ser sozinho feliz.
(com Manu Albuquerque)


Se a sorte me sorri, o azar me faz careta.


Horizonte
Nuvens de incertezas chuva de dúvidas montanhas de perguntas rios de angústia
Céu de ti
Oceano de mim


Minhas mãos percorrem
E acariciam, avidamente,
Cheias de paixão,
O corpo...
Desta maldita caneta.


Fartura de desejo
Escassez de beijo
Fecho os olhos
Só assim te vejo


A vontade é uma inimiga que me visita diariamente.


Bar do Nito, aniversário da Manu
30.09.09





Grão

Minha existência é medíocre
Minha resistência é insignificante
Minha persistência é inútil
Minha paciência é limitada
Minha carência é enorme
Minha potência é insuficiente
Minha decência é sofrida
Minha urgência é tua presença


A dor que percorre minhas veias neste momento
Conhece cada cantinho do meu corpo
Diferentemente de ti, que só conhece o meu sorriso.


Vejo com certa clareza vários séculos de história da arte,
Compreendo algumas das complexidades da humanidade,
Mas sou incapaz de compreender minha própria vida
E mal enxergo o que acontece diante do meu nariz.


A complexidade da tua alma me assusta,
Principalmente por que me faz querer
Acordar todos os dias ao teu lado.


Lágrimas

Tu és meu precipício,
Transformas meu rio em cachoeira.


22.11.09

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Bomba relógio

Esse é o primeiro post do Palavras Malditas. Decidi criar um espaço para "soltar o verbo", escrever sobre as coisas que se fala em mesa de bar, reflexões profundas ou superficiais sobre assuntos que me tocam. Um espaço para diálogo sobre esses assuntos. Convido-o a participar.

Bem em frente à minha casa há um posto de gasolina, com uma lojinha, mesinhas e tal. É comum passar por ali e ver alguém fumando. Na verdade, toda vez que passo por ali tem alguém fumando, quando não é em frente à lojinha, ao consumir alguma bebida alcoólica (!!), é um dos frentistas, sentado um pouco afastado das bombas de gasolina.
Justificar
Nome bem sugestivo esse dos aparelhos que abastecem os tanques dos carros: bombas de gasolina. Pois são bombas mesmo, bombas relógio, esperando um idiota chegar um pouquinho mais perto com um cigarro aceso para dar início a mais uma catástrofe urbana. Como se não bastassem os riscos a que somos expostos diariamente e sobre os quais não temos controle ou poder para mudar ou nos protegermos, como tempestades, enchentes, furacões, terremotos, deslizamentos e as violências, só para citar alguns, ainda temos que aturar pessoas pondo em risco a própria vida e a dos demais.

Alguém poderia dizer que eu estou exagerando, que é tudo seguro por causa da tecnologia... Sim, tudo é muito controlado num posto, teoricamente a gasolina sairá direto da mangueira para o tanque, sem haver maiores riscos. Mas e se houver um acidente, algo inesperado, uma jorrada de combustível, um respingo? É sensato ter uma brasinha por por perto? O egoísmo, a vaidade e a ignorância, não peritem que os fumantes percebam a fragilidade da situação.

Já andei por alguns países da América Latina e Europa e jamais vi alguém fumando num posto de gasolina. Só aqui no Brasil, especificamente em Porto Alegre (com muita frequência) e no interior do estado do Rio Grande do Sul. Isso sem falar no consumo/venda de bebidas alcoólicas nas lojas dos postos, o que é um absurdo se pensarmos que a maioria das pessoas que passa por ali está dirigindo.

Mas no país da impunidade, os únicos punidos são os pais dos jovens que morrem em acidentes de carro, mas isso tudo é "café pequeno". Tenho vontade de dizer tudo o que penso sobre o (mau) hábito de fumar, porém isso demoraria um dia inteiro. Então criei uma série de desenhos sobre o assunto que em breve serão publicados aqui no Palavras Malditas.

Obrigado pela atenção.
Um abraço.